sexta-feira, 22 de março de 2013

Israel 3-3 Portugal


Uma entrada a valer, muitos passos em falso e uma boa nova: Portugal saiu vivo.
A seleção foi a Israel discutir o segundo lugar do Grupo F de apuramento para o Mundial 2014. O resultado deixa-a longe do primeiro lugar, quase inalcançável. A matemática ameaçou ser um problema, mas depois do 3-3 final, as aspirações para o segundo lugar continuam iguais.

Assim, «só» preocupa a exibição. Mas como se vai ler, isso não é pouca coisa.

Acorda, é golo
Ainda Portugal esfregava os olhos por ter um jogo às 12h45 e já se contava com duas boas notícias: João Moutinho recuperara e jogava de início; Bruno Alves tinha colocado a seleção na frente do marcador (2min).
Um canto, um salto, uma cabeçada e a bola no fundo das redes. Quantas vezes na história conseguiu a seleção «descomplicar» a vida tão cedo, frente a uma formação que, em teoria, lhe é inferior?

O 1-0 permitiu respirar fundo, esvaziar pressão. Ter um futebol de posse que se quer assumir, mas, primeiro problema, cuja produção se acabou quando foi preciso chegar à área contrária.

A bola passava por Meireles, Moutinho, Miguel Veloso, chegava até a Ronaldo e Varela, muito menos a Postiga. Portugal marcou cedo, mas depois não criou mais nenhuma ocasião de perigo.

Até que chegou um primeiro erro na defesa. Israel ainda não tinha ameaçado, mas quando chegou à área foi fatal. Hemed aproveitou para empatar, num remate em rotação. O que se tinha construído no primeiro lance do encontro tinha acabado de se desperdiçar.

Ora, a segunda falha portuguesa surgiu não muito mais tarde, na finalização. Na falta de eficácia de Postiga quando lançado por Meireles, na bola ao poste que o avançado português enviou. Falha no ataque, erro na defesa, num lance impensável. O jogo foi mais cedo, mas com 40 minutos de encontro não era caso para haver tanta gente a dormir no meio-campo e na defesa.

Coentrão tocou mal para o meio, Varela encolheu-se numa disputa de bola, João Pereira deixou o extremo fugir para o meio, Bruno Alves e Pepe foram atrás de Hemed e este com um toque de calcanhar deixou Basat em posição de bater Patrício: 2-1.

Ao intervalo, os jogadores portugueses procuraram no árbitro explicações que tinham de encontrar dentro de si mesmos. As causas para o resultado eram tudo menos externas. A exibição assim o dizia.

Portugal veio a pressionar dos balneários, melhorou na vontade. Mas apesar das tentativas, não havia uma sensação de segurança. Porque a equipa vinha a acumular más decisões.

O 3-1, por exemplo, começou de forma absurda. Bruno Alves cedeu um canto quando tentou dominar a bola por duas vezes e não conseguiu. O primeiro canto não deu nada, mas o segundo acabou com Gershon a saltar por cima do central português e a cabecear para a maior diferença na partida, até então.

Se ainda não reparou, Cristiano Ronaldo quase que ainda não apareceu nesta crónica. Ao capitão português poucas coisas lhe saíram bem. A melhor delas foi quando o estreante Vieirinha (boa entrada, melhorou muito a seleção) o lançou na área. Inteligente, Ronaldo descobriu Postiga que desta vez, sem ter de correr bom a bola, só teve de encostar para o 3-2, dois minutos após o golo de Gershon.

Logo depois, Bruno Alves saiu direto para o balneário e deu o lugar a Hugo Almeida, troca que viria a ser fundamental para o empate. Num dos últimos lances do jogo, o avançado ganhou a Aouate e cabeceou à trave. Shpungin tentou aliviar, mas a bola bateu na canela de Fábio Coentrão e entrou na baliza israelita. Um golo estranho, num jogo estranho da equipa.

Salvou-se um ponto numa qualificação em que a Rússia está longe demais e o playoff uma realidade que, novamente, se aproxima.

Portugal saiu vivo de Israel, mas saiu também combalido por uma performance muito aquém de alguém que, há menos de um ano, se tornou numa das quatro melhores seleções da Europa.

O Euro 2012 foi há pouco tempo, mas a distância de forma é como do Azerbaijão ao Brasil.

(Mais Futebol)

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